A Erliquiose Canina é uma doença causada pela bactéria Ehrlichia canis, transmitida pelo carrapato Rhipicephalus sanguineus (carrapato marrom ou vermelho do cão). Ela afeta principalmente os cães, sendo rara em gatos e humanos. A transmissão ocorre quando um carrapato infectado se alimenta do sangue de um cão saudável, injetando a bactéria na corrente sanguínea através da saliva. Os sintomas da doença variam conforme a fase de infecção.
Na fase aguda, que dura de 2 a 4 semanas após a infecção, o cão pode apresentar febre, anemia, apatia, perda de apetite, aumento dos linfonodos e aumento do fígado e baço. Durante esse período, as bactérias se multiplicam nos glóbulos brancos (leucócitos) e se espalham por órgãos como fígado, baço e linfonodos.
Em casos de fases subclínicas ou crônicas, o animal pode apresentar sintomas mais leves ou persistentes, como sangramentos nas mucosas. O diagnóstico é feito por exames de sangue, e o tratamento é realizado com antibióticos, como a doxiciclina. O controle dos carrapatos é essencial para a prevenção, com o uso de coleiras, sprays ou comprimidos antiparasitários e inspeções regulares no cão para detectar a presença de carrapatos. Se tratada adequadamente, a erliquiose pode ser controlada, mas é importante buscar tratamento precoce para evitar complicações graves.
Os exames bioquímicos mostram uma hiper bilirrubinemia, principalmente por
beta globulinemia, assim como um aumento das enzimas alaninamino transferase, fosfatase
alcalina e das bilirrubinas, indicando comprometimento hepático.
A fase subclínica da erliquiose canina é caracterizada pela persistência da Ehrlichia canis no organismo do animal. Essa fase geralmente ocorre entre seis a nove semanas após a infecção. No entanto, alguns cães podem conviver com o parasita por anos durante essa fase, sem apresentar sintomas evidentes. Cães imunocompetentes têm a capacidade de eliminar o parasita através do sistema imunológico e, em alguns casos, se recuperam sem necessidade de tratamento Durante essa fase, o animal geralmente parece saudável, já que os sintomas são mais brandos, mas pode haver uma leve perda de peso. Podemos observar os sintomas graves, apresentando pancitopenia, glomerulonefrite, hemorragias e aumento da suscetibilidade às infecções secundárias
Essa fase assume as características de uma doença auto imune, sendo a principal
característica a instalação de hipoplasia de medula óssea, resultando em anemia aplásica
Nas fases aguda e crônica, em até 50% dos casos, se observa a presença de lesões
oculares, tais como hemorragias conjuntivais, opacificação corneana, uveíte e hipotonia
entre outras moléstias oculares.
O tratamento da erliquiose canina é principalmente realizado com antibióticos, sendo a doxiciclina o medicamento de escolha. O tratamento geralmente dura de 3 a 4 semanas, dependendo da gravidade da infecção e da resposta do animal. A doxiciclina é eficaz no combate à bactéria Ehrlichia canis, e o início precoce do tratamento melhora significativamente as chances de recuperação. Além disso, em casos mais graves, o veterinário pode prescrever medicamentos adicionais para tratar complicações, como anemia ou problemas nos órgãos afetados. É importante monitorar o animal durante o tratamento para avaliar a resposta clínica e fazer ajustes no protocolo, se necessário.
A prevenção é igualmente importante, com o uso de antiparasitários (como coleiras, sprays e comprimidos) para controlar os carrapatos e evitar novas infecções. O controle regular de carrapatos e a realização de exames periódicos são essenciais para garantir a saúde do animal a longo prazo.